28 de abr. de 2015

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Hèrmar

26 de ago. de 2011

Machu Piccho final - por Marcos Patrianova

11/11/2006
Acordei às 4:01h (tenho por hábito ajustar meus despertadores para horários não arredondados.), porque tinha a idéia de ver o nascer do sol desde as ruínas; uma pena que já estivesse chovendo nesse horário. Tinha ainda que passar na estação de trem para comprar minha passagem para o domingo e foi a primeira coisa que fiz, já que depois de todo o risco da viagem de ida em ônibus eu decidira voltar à Ollanta em trem e de lá em ônibus até Cuzco. Na fila, uma Tcheca me perguntou se eu falava inglês e trocamos algumas palavras sobre a passagem de trem. Acabamos combinando de subir juntos a montanha.
A subida é puxada e exige um certo esforço; paramos algumas vezes para estabilizarmos a respiração. Assim que chegamos ao topo, o parque abriu suas portas e pudemos então vislumbrar essa magnífica obra de arte Inca.
Machu Picchu é simplesmente um lugar MARAVILHOSO! Mesmo sendo tão visitado pude ter momentos de reflexão ainda sozinho no meio das ruínas, pude apreciar a grandiosidade desse monumento e também "escutar" o seu silêncio e absorver a energia do lugar.
Cada pedra, encaixada quase sempre precisamente ao lado das outras, era motivo de análise; a geometria, a simetria e a harmonia do conjunto todo impressionam.
Estive um bom tempo circulando por entre as ruínas e também refletindo sobre tudo pelo que já passei até aqui nessa viagem pelo nosso continente e o que ainda me espera.
Parei para um café antes de voltar à cidade.

25 de ago. de 2011

Machu Piccho 4 - por Marcos Patrianova


10/11/2006
Esse era o dia da caminhada até a represa e de lá, pela linha do trem, até Machu Picchu, só para começar tudo isso havia que cruzar um rio por uma tirolesa, que era uma espécie de gaiola de madeira que deslizava por um cabo de aço. Fiquei algum tempo analisando a estrutura do aparato até que uma senhora e sua filha se aproximaram; eu cedi a vez a elas, para ver como funcionava a coisa toda. Pareceu-me fácil, o difícil era a minha fobia de altura.
No momento em que coloquei minha mochila dentro da gaiola e estava prestes a romper essa minha barreira, um senhor se aproximou correndo e me pediu que o esperasse; montamos e ele comandou quase que sozinho a gaiolinha, puxando os cabos até chegarmos perto da outra margem.
Parei para encher meu "camelback", tomar água e preparar o iPAQ para a trilha sonora da caminhada, quando vi que do outro lado do rio se prepara para atravessar o grupo de brasileiros (com alguns gringos) que havia conhecido no dia anterior nos banhos termais. Esperei até que atravessassem para seguir caminho com eles e por sorte, tinham o apoio logístico de um caminhão, que levaria suas mochilas até a represa; paguei 2 "soles" para que levassem a minha mochila também. :)
Caminhamos até a represa de Machu Picchu com poucas paradas; eles ainda almoçariam por lá, enquanto eu seguiria viagem pela trilha do trem até Machu Picchu.
No caminho, paisagens incríveis, um quati (ou gambá, sei lá) e o casal, ele chileno, ela argentina, que fez o passeio por Uyuni (Bolívia) comigo e que também encontrei trabalhando num bar em Cuzco. Após algumas horas de caminhada, dificultada apenas pela brita ao longo dos trilhos, cheguei à cidade de Machu Picchu e tratei logo de encontrar acomodação; no primeiro hotel que bati me ofereceram um quarto de solteiro por US$30!!! Rararararara. Piada! Perguntei se havia alguma outra acomodação mais barata e me disseram que eu poderia ficar num quarto de solteiro para 2 pessoas por US$20. Rararararara. Antes de pedir que me contara outra, agora de papagaio ou Português, perguntei se me poderiam indicar algum hotel mais barato. Ao redor da praça principal. :)
Consegui um com banheiro privado por 15 "soles" (mais ou menos US$2).
Estava muito cansado; tomei uma boa ducha, comi e tirei uma soneca, até às 22:56h, que acabou me deixando sem a janta.

24 de ago. de 2011

Machu Piccho 3 - por Marcos Patrianova

09/11/2006
O transporte até Santa Teresa, outra etapa da aventura, saía muito cedo pela madrugada, às 4h, mas devido ao estresse e o cansaço da viagem desde Cuzco decidi esperar até às 13h, quando 2 vans fariam o mesmo trajeto. A primeira delas chegou lotada e mesmo oferecendo-me para pagar um pouco mais e me espremer entre os seus ocupantes não consegui viagem.
Veio a segunda van, lotada também, e no mesmo instante um senhor num automóvel com mais 2 pessoas se aproximou de mim e de outro senhor, que também esperava pela mesma van, e nos ofereceu transporte até Santa Teresa pelo mesmo preço; ele apenas teria que passar antes num posto de gasolina para abastecer o veículo.
O senhor parecia o Mr. Magoo no volante e até então eu apenas pensava que ele tinha pouca prática ou já estaria sofrendo dos males da idade, embora parecesse relativamente jovem. Já na estrada de terra que ligava as duas cidadezinhas, sua irmã, que estava ao meu lado no carro me confessou que ele, estava "animadito" pois havia tomado umas cervejinhas. Caramba, onde fui me meter! E não que ele não estivesse em condições de conduzir, mas ao trocar de marcha, por exemplo, ele mantinha o carro em linha reta, mesmo que houvesse uma curva logo à frente; ao trocar o maldito cassete de musiquinha local ele também o fazia esquecendo-se de concentrar-se na direção e por vezes teve que manobrar bruscamente para retornar à pista.
Eu não entendi como ele não conseguiu ver um carro no sentido contrário distante uns 100 metros de nós, por sorte, eu creio que o outro motorista o avistou perfeitamente e teve tempo de reduzir velocidade. O pior de tudo eram as cruzes e capelinhas postas à beira da estrada em memória aos muitos que despencaram para outra vida, tamanha a altura em que estávamos.
Novamente eu pensei muito na vida e na morte e então pensei mais na vida e pensei que eu não queria morrer agora, que não era hora, eu ainda tinha que ver Machu Picchu.
Cheguei à Santa Teresa com as mãos molhadas pelo suor e mentalmente xingando no melhor estilo Seu Patrianova o motorista daquela carona.
Tratei de conseguir um lugar para passar a noite; num bar na rua principal notei 3 "gringos" que tinham toda a pinta de espanhóis, me apresentei e perguntei se estavam hospedados na cidade e se poderiam me recomendar algum lugar. Perguntaram ao dono do bar onde estavam e este me ofereceu um quarto ali mesmo, que eu prontamente aceitei, depois de espiá-lo.
Fiquei conversando com o grupo espanhol e mais tarde fomos até os banhos termais; uma delícia! Descarreguei toda a tensão acumulada pelas estressantes viagens dos últimos dias. Conheci também 3 brasileiros que estavam fazendo uma trilha alternativa à trilha Inca de Machu Picchu.
À noite, jantei com os espanhóis na hospedagem onde eu estava; haviam trancado o quarto onde estavam e deixado a chave dentro. Trataram de encontrar a dona do lugar e explicaram à ela o acontecido; um certo tempo depois ela passou pelo bar para dizer-lhes que já havia resolvido o problema. Detalhe: levava uma serra para ferro na mão, rarararararara. Os espanhóis resolveram então fazer uma vaquinha e pagar a mais pelo prejuízo do cadeado.

23 de ago. de 2011

Machu Piccho 2 - por Marcos Patrianova

08/11/2006
Tomei uma van com 20 pessoas, inicialmente, pois chegou a ter mais durante o trajeto, até Urubamba e de lá um ônibus até Cuzco. Em táxi, fui até o Terminal Santiago para comprar passagem e esperar pelo ônibus até Santa María (aproximadamente 8 horas de viagem). Aproveitei e entrei no restaurante com a melhor pinta – nesse caso a “menos pior” - da redondeza e enquanto comia por irrisórios 2 "soles", uma família passou carregando 5 porquinhos vivos que fizeram um barulho infernal pela rua; os meteram no bagageiro de um ônibus.
A viagem decorreu tranqüilamente até chegarmos à cordilheira, quando quedas de barreira começaram a atrasar-nos apesar do ótimo estado da rodovia. Um certo medo começou a pairar sobre mim, pois se um daqueles calhaus que interrompiam a rodovia chegasse a atingir o ônibus, poderíamos ser arremessados despenhadeiro abaixo com sérias conseqüências. O pesadelo, no entanto, ainda estava por vir; chegamos à uma estrada de terra e com chuva. Uma estrada de terra ao nível do mar não seria nada aterrorizante, mas dirigindo veículos antigos debaixo de chuva em alturas exageradas e em velocidade nem sempre baixa contorcendo-se por entre curvas é algo que eu não recomendaria nem mesmo a meu pior inimigo (de qualquer maneira, não me ocorre nenhum agora mesmo). Com a rodovia interrompida por um deslizamento de terra, saltei do ônibus e ajudei a remover algumas pedras que impediam nossa passagem. Nova parada e dessa vez era para cruzarmos um rio raso, mas cheio de pedras e com 2 quedas d'água, uma do lado direito e outra mais abaixo, do lado esquerdo, e com uma vazão muito forte. Um caminhão que ia à nossa frente acabou atolando na saída do rio e teve que ser rebocado por um 4x4 da polícia rodoviária; nós tivemos mais sorte e apesar de todo o balanço ao passar por cima das pedras, cruzamos facilmente o riacho.
Mais adiante, 1 hora parados novamente por causa de queda de barreira; vários ônibus fizeram fila até que a estrada fosse liberada.
Pensei muito, em cada curva perigosa, em como podemos pôr fim à nossas vidas tão facilmente, quantos riscos tomamos, quão frágeis somos. Tive medo. Não por simplesmente morrer, mas por morrer de maneira tão estúpida.
Logo, as 8 horas de viagem se transformaram em 11 horas e meia, fazendo-me chegar à Santa María às 00:20h e hospedando-me num quarto cheio de teias de aranha e suas hábeis tecelãs. Não importava, me sentia vivo.

22 de ago. de 2011

Machu Piccho - por Marcos Patrianova

No ano de 2006, meu irmão Marcos foi o protagonista de uma viagem aos países sulamericanos. Transcreverei nos próximos dias alguns trechos da aventura.
07/11/2006
A aventura começa no dia 07/11 quando eu saio de Cuzco e vou até Ollantaytambo, 2 horas de viagem, de ônibus até Urubamba e de lá uma van com mais 20 pessoas, para visitar as ruínas incas localizadas nesse povoado, carinhosamente apelidado de Ollanta. A idéia inicial era seguir de Ollanta até Machu Picchu, mas fiquei sabendo que o ônibus até Santa María, parte do meu roteiro, quase sempre está lotado e como a viagem toda dura cerca de 8 horas, achei melhor não arriscar e voltar a Cuzco para assegurar um assento. Resolvi, então, pernoitar num albergue aí mesmo. A visita às ruínas de Ollanta, impressionantes, foi debaixo de chuva e não fosse isso teria conseguido melhores fotos. C'est la vie!
Depois da visita molhada, um café na praça principal para me aquecer um pouco e um banho, dessa vez quentinho, no albergue para em seguida sair para jantar. Por falar em jantar, foi apenas regular, tive que esperar até que atendessem um grupo de escolares para então comer um espaguete "al Alfredo" - me deu vontade de perguntar se o tal Alfredo era o "presunto" do prato. Café na praça depois da janta e acreditem ou não, o café peruano até agora é o melhor dessa viagem; por sorte a região de Cuzco, mais precisamente Quillabamba, é uma grande produtora de café orgânico de altitude. Uma delícia! *O Mocorongo deveria importar café daqui.

16 de jul. de 2011

13 ANOS

Venho no dia de hoje apenas lembrar que há 13 anos atrás o meu pai e dos seus oito filhos, falecia, depois de uma grande batalha contra as degenerações da vida.
Não há como esquecer de um pai, um grande pai, além de todos os outros atributos que ele possuía. 
O tenho sempre na lembrança e utilizo os seus ensinamentos, as suas lições de vida para a minha tocar em frente. Ensino também aos meus filhos, pois os bons exemplos devem ser seguidos.
Um grande abraço! Dos seus filhos